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sábado, 31 de outubro de 2015

NADA DE NOVO NO TURISMO


Já tinha decidido não escrever mais sobre ideias ou aspectos conceituais sobre turismo, visto que tem muita gente falando sobre isso e que também “todo mundo” sabe tudo sobre turismo. Então por que explicar o que todos sabem ou escrever sobre aspectos debatidos sobre turismo em diversas universidades e por diversos autores, se aqui já tem pessoas altamente capacitadas para desenvolver o turismo em alta performance.
Eu poderia, por exemplo, citar alguns secretários e secretárias de turismo que nunca viram na sua frente mais de dois livros sobre turismo (aqui não contam os guias turísticos nem os manuais), mas assumiram “a pasta do turismo” em nosso município. Claro, o cargo de secretário é político e não técnico (infelizmente). E isto explica as atrocidades e atropelos cometidos por vários secretários ao longo dos anos. A culpa não é totalmente deles, muitas destas escolhas foram feitas com a desculpa da governabilidade.
Bem, o fato é que todos que assumem esta secretaria, assumem “achando” que por morar em uma cidade turística já nasceu sabendo tudo sobre turismo e tem todas as soluções na “ponta da língua”.
E resolvem, a cada governo, fazer uma pesquisa sobre a demanda turística a fim de resolver os problemas do turismo local. Só que, como não são técnicos, não sabem o que fazer com os resultados da pesquisa e as engavetam até o final do mandato. Ah! Algumas vezes até divulgam os resultados, mas não realizam nada com base no que foi verificado nas pesquisas.
Agora, mais uma vez vejo que estão fazendo nova pesquisa no município e temo que o final seja o mesmo das outras, pois a secretária de turismo não tem conhecimento técnico na área para definir tecnicamente ações relativas as demandas que aparecerão na pesquisa e além do mais estamos em fim de mandato.
Eu sei que em todos os lugares turísticos, ou quase todos, são empossados secretários de acordo com os acordos políticos e sei também que a secretaria de turismo sempre é aquela que “sobra”, digamos que seja a menos concorrida.
Tanto que o governo Lula, na época não tinha onde colocar a “companheira” Marta Suplici, encontrou no ministério (vago) do turismo o local ideal para a sexóloga.

Por essas e por outras que eu não sinto a mínima vontade de falar tecnicamente sobre turismo em Torres, vou continuar apenas tergiversando.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

NA CALADA DA NOITE 2

No creo en brujas, pero que las hay, las hay! Este é um ditado retirado do livro Dom Quixote de Miguel de Cervantes e parece que combina muito bem com o texto a seguir.
Não é que o seu Alfredinho se manifestou para os caçadores de fantasmas brasileiros! E mais, foi constatado, através da filmagem, uma pessoa andando atrás do vigia do Centro Municipal de Cultura. Esta é uma das duas únicas aparições filmadas pelos caça-fantasmas.
Vi as três partes das filmagens dos caça-fantasmas e confesso que fiquei impressionado com a aparição. Mas não tem como afirmar se é verdadeira ou não. O pessoal que estava lá confirmou que não havia mais ninguém além deles. Portanto o “sujeito” que aparece passeando atrás do vigia não era para estar lá, ou era?
Bem, embora convidado a aparecer pela caça-fantasmas, digamos que não precisava ser tão explícito. Mas o fato é que ele apareceu e se vê nitidamente (demais até para um fantasma) um homem baixo, com as mãos para trás, caminhando lentamente e passando por trás do vigia, enquanto este conversava com a caça-fantasmas.
Isto aconteceu logo no início da visita noturna dos caça-fantasmas ao centro de cultura. Normalmente, estas pessoas que investigam os fenômenos paranormais, possuem várias parafernálias que os auxiliam a identificar, documentar e até se comunicar com os “do além”. Mas os caça-fantasmas tupiniquim vieram só com câmera filmadora e um medidor de Campo eletromagnético, que muito trabalhou “bipando” o tempo inteiro.
Os caça-fantasmas iniciaram seu trabalho pelo hall de entrada do auditório, onde ocorreu a aparição, que eles não notaram no momento da filmagem. Só foram observar a aparição tempos depois ao serem contatados por uma pessoa que viu e os avisou. Ou seja, algo surreal mesmo. Diferentemente de como ocorre com os caça-fantasmas legítimo, os nossos não reveem as filmagens em busca de fatos ou sons que não foram notados ao vivo.
No canto do palco, no mesmo local que estava o meu computador (do fato relatado na semana passada), o medidor de campo eletromagnético bipou freneticamente, indicando alguma presença, que segundo a caçadora de fantasmas poderia ser o seu Alfredinho. Na dúvida, duvidamos!
Outro lugar de destaque foi o corredor que leva aos banheiros, onde várias aparições foram vistas quando o cinema funcionava no local. Muitos bips no medidor ao longo do corredor e um susto no rapaz que filmava. Parece que viu alguém entrando no banheiro, só ele viu!
Enfim, depois de mais alguns bips e conversas com os “ausentes” os caçadores encerraram a caçada, que segundo eles foi muito interessante. E para vocês matarem a curiosidade e comprovar com seus próprios olhos é só digitar “fantasma em torres rs” no Google que aparecerá o link para os caçadores de fantasmas.
Para encerrar este assunto, não posso deixar de contar sobre a outra aparição famosa do centro de cultura: a mulher de branco. A mulher de branco é um clássico em assombração, tem uma em cada recanto do país, mas essa é nossa e autêntica.
Numas destas noites de trabalho, o vigia, estava no salão do auditório e ouviu um barulho de passos do seu lado e indo em direção a porta. Meio atordoado o vigia não pensou muito e correu em direção a porta de saída do salão. Olhou para a porta (de vidro) e viu um vulto branco de mulher correndo em direção ao corredor dos banheiros. Por impulso, ele foi atrás do vulto pelo corredor escuro rumo aos banheiros. Ele ainda ouvia os passos de alguém correndo quando parou em frente a uma porta fechada. Como estava muito escuro, voltou para acender as luzes. Quando chegou ao lado da porta notou que ela estava trancada pelo lado de fora com um grande cadeado, não havia a mínima chance de alguém (vivo) por ali passar.
Contam que o vigia, naquela noite, passou as últimas horas de serviço bem próximo a porta de saída do prédio dizendo: No creo, pero que las hay, las hay!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

DOADORES DE CULTURA

Não é novidade nenhuma o desinteresse (ou o desleixo, ou a preterição) dos governos federal, estadual e municipal frente a cultura. Como diz a prefeita de Torres: se a crise é no país ou no estado, a crise também é no município. Ou seja, problemas globais são problemas locais. E parece que a preterição a cultura segue a mesma linha de raciocínio. Sempre haverá prioridades à cultura.
Não vou entrar no terreno pantanoso da política partidária, vou apenas falar sobre cultura e sua importância para a sociedade no âmbito global e local. Poderia escrever sobre a cultura e seu poder de mudar uma sociedade, de preservar esta sociedade ou de projetá-la no futuro. Mas vou escrever sobre um livro que virou filme e que servirá de metáfora para esta coluna.
O livro é “O doador de memórias”. Segundo sua sinopse, a autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína. Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente – o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar. Assim como Jonas, o resto da população deste mundo “ideal” desconhece muitas coisas consideradas não relevantes pelos anciãos que comandam as comunidades (e muitos destes anciãos também não as conhecem). Não vou contar o desfecho do livro (ou do filme) porque vale a pena ler o livro (ou ver o filme). Quero com este exemplo fazer um paralelo com a nossa realidade cultural.
Poderia citar diversos exemplos para ilustrar o escasso interesse dos governos a respeito da cultura no Brasil ou no estado, mas vou apenas lembrar dos casarios açorianos da Júlio de Castilhos, dos cinemas antigos da cidade, dos CTG´s, das bandas, dos grupos de teatro, dos grupos de danças, dos escritores, dos poetas e de tantos outros agentes culturais da nossa cidade que sumiram ou silenciaram com o tempo. Falta de apoio, falta de incentivo, falta de público, falta de “cultura”, falta de memória ou tudo isso junto. Não sei, perdemos. Várias referências sumiram com o tempo, outras surgiram, é verdade, mas com pouco incentivo cada um procura salvar o seu “mercado cultural” do jeito que puder.
Será que nossos governantes (anciãos do livro) nos dão pouco acesso à cultura por desconhecer a sua importância, por preterição ou por simplesmente ignorar sua existência? E a população (comunidades) não têm acesso a cultura porque não sente falta do que não sabe que existe? Ou seja, se desconhece sua existência, não sente falta.
Precisamos de um Jonas que liberte a memória da cultura esquecida no passado ou nem lembrada e mostre com clareza o seu poder transformador. Um Jonas que liberte a cultura em forma de teatro, pintura, livros, danças, tradições regionais, poesias, aprisionadas no fundo de uma memória burocrática e populista que teima em mantê-la longe dos cidadãos.
Enquanto isso não acontece, você que é ligado a área, é agente ou produtor cultural, ou simplesmente aprecia a cultura junte-se ao movimento cultural da cidade através do Conselho Municipal de Cultura e ajude alguns “Jonas” nesta prazerosa, porém difícil tarefa.

Em tempo: Em Torres existem Doadores de cultura (fruto do primeiro Edital do FUMCULTURA) prestando seu trabalho em troca de sorriso, satisfação e conhecimento a serem reproduzidos infinitamente.