Na semana
passada o filme “De volta para o futuro” completou 30 anos e o mais comentado
foram os erros e os acertos da projeção de futuro feita pelo autor e
roteiristas na época.
Na média
do que vi e li sobre o assunto ficou em 50 por cento os acertos (e
consequentemente, os erros) sobre como estaria o planeta em 2015. A grande
falha, se dá para dizer isso, foi a não inclusão do celular no futuro.
Projetaram, assim como nos “Jetsons” (para quem não sabe este foi um desenho
futurista de Hanna-Barbera), um futuro com comunicação através da televisão,
nos moldes do telefone fixo. Ou seja, dentro de casa ou no trabalho, mas fixo.
Outro
erro foi o carro voador. Este desde minha infância está nos principais filmes e
desenhos sobre ficção científica, primeiro já teríamos estes carros no ano
2000, depois ficou para o ano de 2015 e a próxima projeção será para quantos
anos? Mais trinta, talvez!
No
primeiro filme da série “De volta para o futuro”, Marty McFly (M.J.Fox) volta
30 anos (de 1985 para 1955) e lá, além de outras coisas, vê uma cidade antiga
projetando um novo bairro, ou seja, pensando no futuro e em seu crescimento.
Neste
contexto eu faço um paralelo com a cidade de Torres, voltemos 30 anos até o ano
de 1985 e deste ano até o ano de 1955. Então analisemos os acontecimentos e
mudanças no panorama turístico e econômico da cidade. Houve evolução? Tivemos
um grande impacto com a chegada no futuro? Nos preparamos para este futuro?
Planejamos esta trajetória.
Vamos
pensar turisticamente, que é o foco desta coluna. Houve evolução?
Em 1955
(até antes disso, mais ou menos 1940 a 1976) a SAPT, e seus representantes e
sócios, direcionavam as ações juntamente com a administração local (Prefeitos),
e muito foi feito e projetado para o futuro da cidade. Era a época do forte
conceito de veranismo, com o turismo ainda incipiente. Expansão das casas de
verão ou segunda moradia, implantação de telefonia, antenas de tv no morro do
farol (retransmissoras), desativação do cemitério, também no morro do farol
(anos 60), tendas a beira mar, prédio da antiga SAPT e o Grande Hotel Torres.
Em 1985 já
tínhamos vivido a explosão do turismo e a construção de muitos hotéis, o parque
da guarita (1971), o calçadão (1978) e o asfaltamento de diversas ruas na
cidade. Neste período a cidade já iniciava sua caminhada com as próprias pernas,
ou seja, com gestões municipais mais independentes de influências externas.
Em 2015
continuamos com tudo o já tínhamos, porém sucateados ou malcuidados. Na orla, o
calçadão foi refeito e malfeito, mantendo o antigo piso em uma grande parte do
trajeto. O parque da guarita está com ares de abandono, apesar de receber novos
banheiros (ficou muito tempo sem) e uma ciclovia que destoa do projeto de Burle
Max. Morro do farol e ponte pênsil idem. A beira rio sofreu uma boa modificação
desde a construção da ponte sobre o Mampituba (graças a prefeitura do Passo de
Torres), mas foram só modificações cosméticas, nada muito estrutural.
A
iniciativa atual é dos construtores que investem em prédios modernos com
arquitetura diferenciada visando modificar, para melhor, a paisagem urbana.
Não sei o
que Torres será no futuro, nem sei se ela continuará sendo uma cidade
turística. Na verdade, nem nossos governantes sabem ou projetam isso,
simplesmente vão levando. O pior disto tudo é essa crise de identidade. Ou
assumimos ser uma cidade turística, que está no nosso DNA ou mudamos. O plano
diretor pode ser um destes norteadores de crescimento, mas ainda está sendo
feito e podendo ser finalizado até o final deste mandato.
Prefeito
vem, prefeita vai e de concreto, muito pouco. Não tivemos mais ninguém que
pensasse ou projetasse a cidade para o futuro e ainda não temos. Pensamos
apenas o presente, sempre tentando solucionar problemas atuais e/ou antigos não
solucionados. Sempre reativamente, nunca proativamente. Quando isso mudará?
Teremos que esperar mais 30 anos? Ou quem sabe alguém vá para o futuro em um De
Lorean e traga soluções ou alternativas para chegarmos lá um pouco mais
preparados.
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