O mundo
hoje está pedalando e Torres já entrou também nesta “nova onda”, que não é tão
nova assim. Existe um grupo de “pedaladores” que estão em plena atividade pelas
ruas da cidade e até pelo interior.
Novidade
são os passeios noturnos, as famosas pedaladas noturnas.
Claro que
isso não foi inventado aqui em Torres, mas pedalar a beira dos rochedos ouvindo
o mar ao fundo: só aqui! O que Saint-Hilaire fez no lombo de um cavalo, hoje o
fazemos no lombo de uma “magrela” e iluminados por modernas lâmpadas de led. Paisagens
antigas renovadas pela forma e não pelo conteúdo.
Várias
cidades do mundo inteiro estão proporcionando aos turistas e moradores as
bicicletas compartilhadas. Este serviço, ajuda no desafogo dos centros urbanos,
além de ser saudável e econômico para todos, turistas ou não.
E não tem
como falar em bicicleta e cidade turística sem lembrar de Amsterdã (400 km de
ciclovias), a cidade da bicicleta. Em toda a Holanda existem pelo menos 20 mil
quilômetros de ciclovias e trechos adaptados para um passeio seguro sobre duas
rodas. Como a “magrela” é um meio de transporte para muita gente, há serviços
de aluguel por toda a parte em hotéis e hostels, e as estações de trem dispõem
de bicicletário.
Chegando
um pouco mais perto, logo ali, em Porto Alegre, existe o sistema de aluguel de
bicicletas compartilhadas que funciona há 3 anos e soma quase 157 mil pessoas
cadastradas e mais de 70 mil delas utilizando o serviço com regularidade. O
preço pelo serviço está entre R$ 5,00 a R$ 10,00 e quase 700 mil viagens foram
realizadas desde a implantação do projeto. Atualmente, o sistema soma 40
estações e 400 bicicletas. Neste mês está encerrando o contrato com a atual
prestadora do serviço, mas a prefeitura da capital prometeu dar continuidade ao
serviço.
E aqui?
Bem, já tivemos, há alguns anos, um serviço de aluguel de bicicletas com vários
lugares, mas não sei por qual motivo, encerrou suas atividades. Atualmente, a
Aguatá Turismo, uma agência de turismo local oferece este serviço e além disso
promove passeios noturnos pela cidade e diurnos pelo interior do município em
cima das “magrelas”.
Para
encerrar este assunto, uma pergunta é necessária. Qual é a diferença entre
pedalar no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo? E a resposta é: a
quantidade e a qualidade das vias, ciclovias. Diferentemente do Brasil, alguns
países já estão bem desenvolvidos em relação a ciclovias tendo maiores
extensões como por exemplo a cidade de Nova York 675 km ou Berlim 750 km.
No
Brasil, Brasília, se destaca com 440 km de ciclovias, seguido do Rio de Janeiro
com 374 km; São Paulo, com 265,5 km; Curitiba, com 181 km; Fortaleza, com 116
km; Campo Grande, com 90 km; Teresina, com 75 km; Florianópolis, com 57 km.
Porto Alegre aparece com míseros 21 km, menos da metade de Florianópolis, e
Torres conta com cerca de 2 km de uma improvisada ciclovia a beira mar e outra,
também com 2 km, em volta da lagoa do violão.
Claro que
é covardia comparar com as outras capitais brasileiras ou do exterior, porém
seria um grande diferencial para a cidade ter um bom número de ciclovias
ligando pontos turísticos com o centro da cidade. Isso ajudaria a melhorar a
mobilidade urbana e integraria ainda mais o turista e o morador local com a
natureza.
Mas
existe um diferencial maior: o respeito e a educação. Bastante lá fora e ainda
imperceptível por aqui.
Enfim, andar
de bicicleta não depende de idade cronológica, depende da idade mental. Em cima
delas todos se sentem crianças, mesmo já tendo passado bastante da fase. Então,
aproveite esta onda e venha pedalar!
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