Pesquisar este blog

sábado, 26 de setembro de 2015

TELEFONE FIXO

Tanta coisa que existe hoje, e sentimos falta, há 30 ou 40 anos só a ficção científica imaginaria. Internet, celular 4G, wi-fi, teleconferência são novidades da comunicação que não têm similares no passado.
Eu sou do tempo do telefone fixo. Sim, ele ainda existe, embora só nós com mais de quarenta, digo cinquenta, ou outro “enta” ainda o use. Pois é, telefone fixo já foi alta tecnologia num passado nem tão remoto assim.
No dia 27 de agosto participei do encontro “14º Conversando com a História” e lá estiveram os pioneiros da hotelaria de Torres. O senhor Mário Raupp e sua filha Clarissa Raupp, representando o Hotel A Furninha; o senhor João Souza, representando a gastronomia nos hotéis; O senhor Antônio Pozzi, representando o Hotel Farol; a senhora Lucila Munari Rezende, representando o Hotel Beira Mar; e o senhor Danilo Quartieiro, representando o Dunas Hotéis. Foi uma bela aula de história local, principalmente sobre a vocação da cidade: o turismo. E mais uma vez vi o descaso dos torrenses com sua história. Poucas pessoas participaram deste evento, uma pena. Os “hoteleiros” da cidade perderam uma grande oportunidade de aprender muita coisa com a experiência e o pioneirismo destes antigos hoteleiros.
Mas, voltando ao tema telefone fixo. Na conversa com a história alguém lembrou uma das histórias do Hotel Farol, em que um cliente pediu para um familiar ligar para o hotel e reservar um apartamento e ele, sem esperar, seguiu viagem. Na chegada em Torres, ficou sabendo não haver vaga no hotel e tampouco tinha alguma reserva em seu nome. Ou seja, ele chegou em Torres e sua ligação ainda não tinha sido completada. Não, não se trata de um carro muito rápido. Contam que naquele tempo se pedia uma ligação pela manhã e a atendente, chamada de telefonista, só retornava a ligação a noite, era um dia inteiro para conseguir fazer uma ligação.
Naquele tempo o telefone fixo não tinha a agilidade de hoje, não gravava recados (mais tarde apareceu um outro aparelho que se colocava junto com o telefone e este sim gravava os recados, que podiam ser ouvidos quando o dono voltasse para casa), não tinha bina, nem o monte de serviços agregados e cobrados do usuário atual. Sim, ele servia para se comunicar. Primeiro se falava com alguém do outro lado da linha para esta pessoa fazer a ligação. Após se aguardava para a telefonista ligar para você e aí sim “completar” a ligação. Com o tempo a discagem começou a ser direta, ou seja, você mesmo fazia a sua ligação, sem intermediação de ninguém!
Os hóspedes (turistas) de antigamente ficavam um mês no hotel e faziam estas reservas todos os anos. Os hotéis tinham famílias como clientes que sempre voltavam e isso garantia verões sempre com lotação máxima nos poucos hotéis que Torres oferecia. E a comunicação dos hóspedes com seus familiares em outros lugares era feita através do telefone fixo dos hotéis (os poucos que existiam). Ah! Não era todo mundo que tinha um. Isso demorou muito para acontecer.
Diferente de hoje, não!
Esta semana vi um esquete da turma do “Porta dos fundos”, onde vários amigos preocupados vão até a casa de um deles supostamente desaparecido: o Raul. Ao encontrá-lo em casa um dos amigos pergunta o que aconteceu, pois estava preocupado porque tinha enviado um e-mail há duas horas e não tinha recebido nenhuma resposta. O assustado Raul diz que tinha ficado longe do computador, lendo um livro. O amigo argumenta que tentou comunicar-se pelo Face, twitter, whatsapp, instagram, e nada. Raul diz que deixou o celular desligado. Quem é que deixa um celular desligado hoje em dia, argumentou outro amigo. E Raul tenta seu último argumento: Ninguém ligou para o telefone fixo. Todos espantados dizem: Quem é que hoje usa telefone fixo?

Excêntrico, é hoje só excêntrico!

Nenhum comentário:

Postar um comentário