Ao
lado do cemitério, no morro do farol, podia-se ver a cidade, o mar e a serra. È
isso mesmo, um cemitério no morro do Farol. Ele ficava atrás do Farol antigo (o
de 1952), exatamente onde hoje se estacionam os carros para observar o mar lá
de cima.
“Os historiadores nos dão notícia da
existência do cemitério de Torres localizado no morro do Farol, também chamado
de torre do Norte. Realmente o cemitério lá se conservou até a década de 60,
proporcionando ambiente triste e melancólico para os que visitavam o Farol.”
As
autoridades da época achavam um incômodo ter um cemitério no lugar mais alto da
cidade de onde se poderia vislumbrar a cidade como um todo. E de fato todos
consideravam turisticamente inviável um cemitério em um dos cartões postais do
município, e assim se fez a remoção para o campo bonito.
“Por iniciativa da SAPT e com sua
colaboração financeira, a prefeitura municipal de Torres, por seu prefeito
Manoel João Machado, foi o cemitério removido. E os restos mortais de cerca de
30 tumbas, colocados em jazigos perfeitamente identificáveis, foram
transferidos para o cemitério Municipal nas imediações da BR 101 na entrada da
cidade.”
A
França recebe visitantes de todos os países do mundo muito por suas belezas arquitetônicas
e principalmente pelos aspectos culturais. Entre os diversos destaques
culturais e históricos emerge o turismo cemiterial, é turismo dentro de
cemitérios. O mais importante da França é o Pére
Lachaise, conhecido por ser o mais visitado em todo o mundo recebendo cerca
de 2 milhões de visitantes por ano. Tendo em seu interior túmulos de
celebridades como Chopin, Oscar Wilde, Balzac, Marcel Proust, Modigliani, Edith
Piaf entre outras. Mais próximo de nós está o cemitério da Recoleta, em Buenos
Aires na Argentina, que atrai milhares de pessoas principalmente para conhecerem
o túmulo de Evita Perón.Em Porto Alegre os cemitérios têm atraído grande
público, pois possuem monumentos de relevância artística e túmulos de pessoas
famosas como os de Otávio Rocha, Júlio de Castilhos, Pinheiro Machado e o
cantor Teixeirinha (todos no cemitério Santa Casa de Misericórdia). Entre os
cemitérios, se destacam o da Santa Casa de Misericórdia, o São Miguel de Almas
e o São José I e II, todos parecendo museus ao ar livre com cerca de 300 obras
de arte produzidas por artistas europeus e locais entre os anos de 1820 a 1940.
Enfim,
o turismo cemiterial foca a exploração do patrimônio artístico e arquitetônico
dos cemitérios, bem como a busca por personalidades que neles foram sepultadas.
Resultando desta atividade frutos para todos envolvidos no trade turístico e
fazendo de um possível “incômodo” mais um produto turístico de uma cidade ou
região.
Por
incrível que pareça removemos um cemitério histórico em prol do turismo e
justamente por ele seria justificada, atualmente, a sua manutenção.
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